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Projeto de lei quer multar em até R$ 30 mil quem usar bebê reborn para burlar direitos de prioridade

Tendência nas redes sociais, bonecos hiper-realistas têm sido usados indevidamente para furar filas e obter benefícios preferenciais.

Atualizado em 19/05/2025 às 16:05, por RL em Foco.

Uma nova proposta em tramitação no Rio de Janeiro pretende coibir o uso indevido de bonecos reborn — réplicas hiper-realistas de recém-nascidos — para obtenção de privilégios em locais públicos. O projeto de lei prevê multas que podem chegar a R$ 30 mil para quem for flagrado usando os brinquedos para furar filas, ocupar vagas preferenciais ou acessar serviços destinados exclusivamente a pessoas com crianças de colo.

A medida surgiu após denúncias de que algumas pessoas estariam utilizando os bonecos para simular situações de maternidade e, com isso, garantir atendimentos prioritários, principalmente em unidades de saúde e estabelecimentos comerciais.

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De acordo com o texto da proposta, as penalidades previstas variam entre cinco e 20 salários mínimos — o equivalente a até R$ 30.360 com base no valor atual do salário mínimo (R$ 1.518). Em casos de reincidência, o valor da multa poderá ser dobrado. Os recursos arrecadados com as autuações seriam destinados ao Fundo Nacional da Criança e do Adolescente.

Produzidos desde a década de 1990, os bebês reborn voltaram a ganhar destaque nos últimos anos, impulsionados principalmente pelas redes sociais. No TikTok, vídeos em que usuários simulam o dia a dia com os bonecos acumulam milhões de visualizações. Em muitos desses conteúdos, os criadores reproduzem rotinas comuns de cuidados com recém-nascidos — o que confunde muitos internautas pela verossimilhança dos brinquedos.

As chamadas "cegonhas reborn" — como são conhecidas as artesãs especializadas na confecção desses bonecos — têm registrado alta demanda. Algumas relatam a venda de até 300 unidades por mês.

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Apesar da polêmica, o trabalho das artesãs ganhou reconhecimento formal. No início de maio, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou um projeto que institui o "Dia da Cegonha Reborn", a ser incluído no calendário oficial da cidade. A data ainda aguarda sanção do prefeito Eduardo Paes para entrar em vigor.

Enquanto isso, especialistas em saúde mental alertam para possíveis riscos do uso excessivo dos bonecos. Segundo psicólogos, a obsessão por essas figuras pode indicar ou desencadear quadros de isolamento social e distorções emocionais, especialmente entre pessoas em luto ou com histórico de perdas gestacionais.

A proposta de multa ainda será avaliada nas comissões competentes antes de seguir para votação definitiva. Se aprovada, poderá se tornar um marco na regulamentação do uso desses brinquedos em espaços públicos.